AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
NO SIGNO DE ·METHUEN 423 vedado tornara-se, pelo costume, consentido: umas vezes por complacência dos guardas, incumbidos da vigilância , fàcilmente corrompidos, outras por tolerância governa– mental, francamente confessada. . A espaços rompia-se a sonolência das autoridades, e eram apreendidos os caixotes em caminho para bordo dos navios brit&nicos. Com a inevitável intervenção do em– baixador, e a consequente restituição da tomadia. Os pa– quetes ingleses, que desde a guerra da sucessão semanal– mente faziam a· carreira de Londres, eram em geral os portadores . Não se pode avaliar, a não ser por conjecturas 0 montante desta exportação clandestina. Certo panfleto, 0 Discurso Anglo-Lusitano, que Pombal mandou publicar em Londres, respondendo, às queixas do comércio bri.., tâníco (1), pretende terem entrado no Banco de Ingla-. terra, nos quatro anos de 1766 a 1769, mais de três e meio milhões de libras. Só porém as transportadas nos paquetes, havendo de se acr~scenta~ as somas idas do Porto, e as que levavam os nav10s particulares, assim como 05 de guerra, em que, principalmente nos últimos, eram assás vulgares os contrabandos (2). (1) ~s._ da Cal. ·pombalina, 0d. 636; onde também se encontra· a carta ongmal do cond~ de Oeiras, que incumbe O Enviado t:m Londres, Francisco de Melo de Carvalho, de mandar traduzir, imprimir clandestinamente e pôr à venda o escrito. (2) Exactamente: Lbs. 3.552.574-1-7 ½, sendo em: Libras Xelins Dinheiros 1766 ·· ···· ··· ···· ········· ···· · 9o6.286 9 5¼ 1767 . 813.370 8 41/s ··· ···· ··· ················· 1768 ··· ·· ···· ····· ·· ··· ··· ·· ·· · 930-461 4 41/z 1769 ···· ···· ··· ···· ·· ·· ··· ····· 9º 2·455 19 6 Muito m~is portanto que as 50 mil libras por semana, de que fala Adão Smith. ·
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