AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
H A MONARQUIA AGRARIA 43 Gastos reprodutivos que houvessem de reverter em benefício comum dos governados , menos que módicos. Não era a· noção da época. Benemérito se considerava o soberano que dispendia de suas rendas em instituições caritativas : hospitais , .asilos para leprosos , albergues para a velhice inválida ; ou nas somas aplicadas à redenção de cativos e às esmolas; e ainda a fins semelhantes, por meios indirectos , favorecendo as congregações monásti– cas , que todas mais ou menos amparavam os necessitados das várias espécies. Tudo, porém , em obediência ao im– pulso religioso, não a propósitos de salutar administração. Construções do tempo, ordenadas pelo rei , não sendo os castelos, para a defesa do património territorial, temos cenóbios , túmulos e santuários. Nenhum monarca deixou de por esse modo afirmar a sua grandeza:· Na dinastia. seguinte, o últi;°1o cu_idado de D: João I foi o de mand~r trazer para- a Se de Lisboa, em 01ro amoedado , a quantia. necessária para se a.cabar a capela-mor, onde se encon– trava quando deu a ordem, regressando em seguida ao· paço para morrer (1). No seu testamento, ·o que mais. parece interessá-lo, e recomenda com mais instância aos. herdeiros, é a construção da Batalha, o regímen dos. frades e os sufrágios. Por vezes , encontramos os . dona– tivos para pontes; é de crer que pela conveniência do· reinante, na·s constantes mudanças de residênóa, e nas. operações de guerra, mais que pela dos povos do distrito. ~ 0 q tze se nos depara nas verbas testamentárias e as histórias consignam. Segundo estas, em trezentos anos. e mais, as aplicações do tesouro I régio , no que chamaría– mos hoje obras de fomento , as pontes exceptua~as , cuja. (1) Rui de Pina - Crónica de D. Duarte, cap. 1.º .
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