AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO DE METHUEN 419 cultura da videira, e cada um vestia do pano a seu gosto, .ou acessível à sua bolsa. Na Inglaterra participavam com igualdade as manufacturas. no comércio português, e pro– pagava-se a predilecção pelo vinho duriense. A guerra em país alheio favorecia o comércio, interessado nos forneci– mentos, e a navegação, pela necessidade dos transportes. Ao mesmo passo que, embaraçadas as comunicações de Espanha co~ as coló:1ias d~ América p~los cruzeir~s bri~ tânicos, se mtroduz1am .la em quantidade os generos ingleses, embarcados em Lisboa para o Rio de Janeiro, .de onde passavam à Nova Colónia do Sacramento, empório de tráfico e do contrabando no Rio da Prata (1). Em 171 3, quando, ajustada a paz de Utrecht, se ,cuidava de um tratado de comércio entre a França e a Grã-Bretanha, pronunciava-se contra ele parte da popu– lação e encareciam-se as va~ agens que, pelo de 1703, gozavam em Portu~al. os mgle~es. Na perspectiva de :Serem abaixados os d1re1tos dos vinhos franceses, temiam -0s fabricantes o aumento do consumo, em prejuízo dos portugueses, e· a consequente diminuição das vendas ao freauês peninsular. Era sem dúvida sob a inspiração deles · .qu~ 0 Mercador Bretão, gazeta lóndrina, semanalmente exaltava a obra de Methuen, fazendo ver que a Inglaterra nada tinha concedido a Portugal, por isso que os seus vinhos tinham já a pauta mÍ!'}ima·, enquanto lá lhe haviam facultado a entrada dos tecidos, anteriormente vedada (2). No tocante aos vinhos, a Inglaterra fazia- mais que o prometido. Obrigando-se pelo trataêlo à diferença de um --- (1) Cf. Memoriais of the britisb Consul and factMy at Lisbnn t H . M. A mbassador, Londres, 1766. Existe um exemplar e a tra– lução na Col. pombalina, cód 93 : 94. (2) The british mercban t, c1t. Pot Schorer, p. . 6o9 e 610.

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