AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
418 :tPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO vinhos portugueses, primeiro usados só para lotar os de , França, tiveram apreciadores. Em 1675 Londres impor- tava 20 tonéis de vinhos de Portugal; de França perto de 7.500 tonéis. Em I 677, ano da pragmática, 9.789 destes últimos e I 76 dos primeiros. Mas a rivalidade polí- tica e económica conduziu a Inglaterra a favorecer o produto da nação sobre que predominava, em detrimento da que lhe fazia sombra. Gradualmente, e à medida que a protecção fiscal se acentuava, crescia também o con- sumo dos vinhos portugueses. Em 1 682 as entradas sobem de repente a 1 2 mil e· tantos tonéis , a mais de 16 mil no ano seguinte. De 1686 · a 90, diminuem as importações, com aumento, considerável na dos vinhos franceses, que de então cessa, devido ao estado de guerra, para só rea:parecer em I 6 9 7, depois da paz de Ryswick. No intervalo tivera tempo o produto português de se assenhorear do mercado. Daí até à nova guerra, e à paz de Utrecht, regulam par 6 mil tonéis cada ano as impor- tações portuguesas; e só em dois ou três as de França passam de mil tonéis (1). Certamente que a melhoria do preço, resultado da procura maior, havia ·de ter incitadó no reino os lavradore~ a alargarem as culturas, sem espe- rarem por negociações diplomáticas, nem pelo tratado. Ao inconveniente, se o era, veio a pôr termo Pombal, dis- cípulo dócil de D. Luís da Cunha, mandando arrancar \ as plantações onde ª!i julgou supérfluás, e delimitando a zona desti1-i'ada· à produção. O sistema funcionou durante algurís anos com apra– ·zimento de ambas as partes . Em Portugal prosperava a (2) Cf. os mapas em Commercial rdations, p. 334 a 336, extraídos de um manuscrito do Museu Britânico, cqlecção Egertoniana, cód. 821.
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