AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
416 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO midos em Lisboa, não passariam de uma décima parte os de produção nacional (1). Nada· melhor prova não ter chegado ainda a ocasião. IV Visto à luz dos factos, e racionalmente considerado,. o tratado de Methuen foi, como afirmava Adão Smith, certamente vantajoso para Portugal. Tanto assim que por ele se alcançou a preferência nos vinhos, desde muito· ambicionada. Menos razão tinha o patriarca da ciênciai económica, continuando a proposição, em o julga·r desfa– vorável à Inglaterra (2). De feito, assim devia ser, con– soante a doutrina, porque o convénio tendia a privar o, consumidor de um produto, que tinha em França mais perto, m.elhor e mais barato que o recebido de Portugal. Mas a isso opunham os partidários do acordo que os; vinhos franceses se compravam a dinheiro, e os portu– gueses a troco de mercadorias, ganhando com isso a indústria naciona-1. Além do que, entravam no país cada ano em retorno quantidades enormes de moeda (5 o mit libras por semana, informação dada _a Adão Smith, duvi– dosa para ele, mas que resumia decerto a opinião comum), o que na época representava, e ainda àgora. \ (1) Informação do Board of trade. Commercial relations, etc.,. P· 2 77· ( 2 ) «This treaty is undoubtedly advantageous to Portugal, anc:12 disadvantageous to Great Britain ... lt has been celebrated, howeve~,. as a master piece of the commercial policy of England». W ealth oj, nations, Liv. 4.º, cap. 6. 0 •
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