AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO DE METHUEN 415 quando, no tempo das prosperidades, de I 7 50 a 60, chegaria a 900 mil, ta•lvez um milhão de libras (1). De 177 5 a 8 5 regula a importação total por 6 35 mil libras anuais (2). Espírito mais lúcido que o conde da Ericeira, o marquês de Pombal tinha podido insuflar vida à indústria que dentro das suas possibilidades logrou manter-se, sem embargo da concorrência. Como, pois, se pode dizer c~~ D. Luís da Cu?h~ que, por se ter revo– gado a proibiçao dos panos , as fabricas se perderam total- mente? (3). , Perdiam-se no tempo dele, é possível, por condições defeituosas da laboração. O facto de ter ido o ministro para In~later,:ª' vestido de pano da: Covilhã ou Fundão, como diz, nao demonstra ser o produto excelente nem de cómodo preço, predicado também necessário. É duvi– doso que, ao diante, nas ortes estrangeiras, o diplomata mui1dano continuasse a trajar do pano da sua terra. A decadência, melhor se dirá a debilidade, da indústria, · vinha-lhe de defeitos ingénitos: da insuficiência técnica, e daquela disposição para a fraude, que desacreditava os artefactos, e ~ que debalde tentavam pôr cobro os regula– mentos. Mais do que estes, a um e outro óbice podia ser correctivo a concorrência estrangeira·, forçando às transformações. Pombal, bem avisado, principiara por assegurar às fábricas os fornecimentos das tropas. O resto depois viria, se os industriais se tornassem aptos para afrontar a concorrência. Em 1 784, dos lanifícios consu- (1) Média das exportações para Portugal nos dez anos, segun?o Board of trade: Lbs. 1.200.021. (Commercial relations, etc, c1t., 0 . 221 ) . A proporção· usual dos tecidos andava por 4 / 5 . P (2) Commercial relations, etc., p. 277. (s) Testamento político, p. 38.

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