AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
414 ~POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO necessidade de se mandarem vir famílias estrangeiras, -que ensinassem as melhores práticas aos obreiros na– turais. Nesta época contavam-se no distrito da Covilhã e Manteigas I 77 teares, quantidade módica, e era a maio– ·ria dos produtos aplicada ao fardamento das tropas. Sendo aqui a principal sede da indústria, não se lhe pode atribuir importância considerável na vida económica da nação. Pela obra nefasta de Methuen? Não o cria assim Pombal, que, ao deixar o poder se jactava de haverem quase cessado, no ano antecedente, as importações das baetas e panos ingleses (1). Não se tome à letra :i asserção, certamente exagero do ministro, para bem da sua causa. As estatÍsticas, mandadas por ele organizar, relativamente a 1774, mostram, de importações inglesas no primeiro semestre, 1 .682 contos de réis, valor pela pauta da alfândega inferior ao real, fazendo cerca de 455 mil libras (2). Não será excessivo avaliar em tre"" zentas mil os lanifícios. Na realidade desde I 764 a im"" portação de produtos ingleses tinha baixado de modo notável; e a causa atribuía-se em Londres ao incremento · dado em Portugal às indústrias (3). Nos anos de 1 772 ,e I 7 73 montaram as importações, números redondos, .a 635 e 532 mil libras, respectivamente, sendo em teci– dos de lã 504 mil no primeiro, 418 no segundo ano (4), (1) Relatório à rainha. Quinta Inspecção: sobre o estabe!ecímento .das artes fabris e manufacturas no reino. Ms. Col. pombalina, cód. 695. (2) Colecçi o de leis da dívida p11blica, p. 386. ( 3 ) Cf. o escrito: «O presente estado da nação britânica, parti– •cularmente a respeito do seu comércio, finanças, etc., no ano de 1768». Vertido do inglês. Col. pombalina, cód. 636. ('1') Moreau César, Ueber W ollhande/ und W ollmanufactur in Grossbritanien (1829), cit., Schorer, p. 642.
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