AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO ·DE METHUEN 405 r ias recebidas. De r 73 o a 40 andam as exportações por 400 mil libra-s anuais, as importações em um milhão. Depois 4isso, e tendo estas chegada a r .200.000 libras .e mais, não passou nunca o retorno de 400 mil nos anos mais favoráveis (1). O oiro das minas, que através da Inglaterra se espalhava pela Europa, preenchia a dife– ·rença. Era o caso das riquezas da fndia, a dois séculos de distância, a repetir-se com respeito ao Brasil. Methuen, se vivo fosse, havia de contemplar ufano a sua · obra. Do influxo dela, tão lastimado, nas indústrias nativas em Portugal, se julgará pelos factos. III , Na realidade, nunca o mercado partuguês fora- total– mente vedado aos lanifícios britªnicos durante a proibi– ção. Esta, exarada em lei suntuária, .interpretava-se como .aplicável ·aos tecidos de que se vestia a gente remediada ,e rica, no uso, como ainda hoje, e na lei designados com -0 nome geral de panos (2). Os droguetes, qualidade infe- 1rior, e~treitos e pouco encorpados, só foram proibidos nos 1 últimos tempos; e ainda em r 702 insinuava D. Luís ,da Cunha que, para força·r os ingleses a darem-nos van- 1tagem nos vinhos, se proibissem as baetas. Além disso, (1) Commercial re/ations, p. 225. (2) Pragmática decretada em 25 de Janeiro de 1677, art. 4.º; ,«Nenhuma pessoa se poderá vestir de pano que não seja fab~cado illeste reino; como também não poderá usar de voltas de rendas, cintos, a:alins, boldriés e chapéus que não sejam feitos nele».

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