AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO DE METHUEN 399 trada dos vinhos portugueses em maior escala só tinha principiado durante a guerra, posteriormente à proibição dos panos; e assim nem a: entrada destes favorecia os vinhos, nem, quando tolhida, impedia a exportação havendo deles necessidade em Inglaterra. Em Maio de 1702 veio a Lisboa João Methuen, na qualidade de enviado extr:ordinário, encarrega~o de per– suadir o governo portugues a separar-se da aliança com Luís XIV, e abraçar a causa contrária. Com pleno êxito, posto que den:iorado, _p~is só se_ retirou no ano ~eguinte, deixando ao filho, mtmstro residente, a formalidade de assinar o tratado, em I o de Maio. Pela instrução que levou para.Londres, em 1697, D . Luís da Cunha, sabe– .mos ter o enviado extraordinário começa-do a ganhar os ânimos , desde a sua primeira enviatura, para o convénio comercial ajustado depois . A isso o impelia, não só o interesse nacional senão também, em parte, o desejo de servir os da família, tendo um irmão estabelecido merca– dor de lanifícios (1). Certo é que o feliz negociador, curµulado de honras, tornava em Setembro .a Portugal, onde foi recebido com pompa; e, três meses depois, a 1 7 de Dezembro, assinava, desta vez ele próprio, o tra– tado, a que vinculou para sempre o seu nome. Para o governo português, o ajustado dava-lhe satisfação, quanto aos vinhos, e era como que a natural consequência do tratado antecedente, que lhe prometia: cidades em Espa– nha, e a restituição dos territórios em licígio com a França na América. Como pois não se havia de dar igual– mente, no tocante aos lanifícios, satisfação ao aliado? Para este o tratado representava o complemento do de (1) T estamento político, cit., p. 38.

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