AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

398 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO I\ • • I ., • portugues, para renunciar os seus prmcip10s e aceitar as bases da convenção. A verdade é que o receio de serem suplantados na competência os vinhos de Portugal pelos franceses, quando se acabasse a guerra então em pro– gresso, afligia entre nós os dirigentes da política, em Inglaterra os negociantes da especialidade, com grandes cabedais empenhados no tráfico. Pela paz de Riswick, em 1 697, tornaram-se os re– .ceios mais vivos. Em Dezembro foi uma comissão de negociantes a casa do embaixador, D. Luís da Cunha, pedir-lhe para intervir, a fim de serem reduzidos os direi- . tos dos vinhos portugueses, quando de qualquer diminui– ção beneficiassem os franceses (1). Ao mesmo tempo os mercadores de panos instavam com os parlamentares seus .am_igos para se abaixarem quatro libras em tonel os direi– tos dos vinhos, pois, diziam eles, fora ·o terem-se elevado, ,em violação do tratado de 1654, o que dera motivo à proibição em Portugal. Em Lisboa, o enviado Methuen não cessava de reclamar a entrada dos panos, acenando -com o favor aos vinhos, contra o que D. Luís da Cunha se pronunciava. - «O que eles querem (escrevia de Londres o embaixador) é adiantar as suas manuf:acturas, ---- e arruinar as que começam em Portugal» (2). Esta mesma doutrina manifestóu, já no fim da sua vida, -quan redigiu o chamado Testamento político, oferecido .a D. José no-princípio do reinado (3). Quanto aos vinhos, · ,entendia• serem necessários em Inglaterra para lotar os franceses, e torná-los por esta forma mais baratos. A en- (1) Cf. Luís T. Sampaio, p. 8. (2) Despacho de 18 de Janeiro de 1700. L. Sampaio, p. 1,8, (3) Impresso em 1820. \

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