AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
. 396 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO 1 ficiosa política, como o consideravam, na realidade fan- 1/, Li- l, ' :tasma de mal informados economistas, foi definitivamente . irevogado. Estudemos-lhe o contexto; perscrutemos-lhe .as argúcias; estudemos-lhe os efeitos. II O tratado de Methuen, mmto mais falado que ·conhecido, consta de três artigos somente, claros e con– cisos, e cuja precisão faz honra ao senso prático de quem o elaborou. Pelo artigo 1 .º, Portugal obriga-se para sem– pre a admitir os panos e outras mánufacturas de lã bri- tinicas, cuja importação se proibira anos antes, qualquer ,que fosse a procedência. Pelo artigo 2. 0 , Inglaterra pro– mete, também para sempre, receber os · vinhos portugue– ses, pagando estes dois terços dos direitos impostos nos - --- vinhos franceses. Mas, continua o artigo, se alguma vez , deixar de ser mantida a diferença, fica ao arbÍtrio do rei de Portugal proibir novamente os tecidos ingleses. O 3. º · artigo, meramente do protocolo, manda ratificar · o convénio no espaço de dois meses. Nada mais singelo, límpido e liso; na aparência pelo menos. A reciprocidade no concedido é <:!vidente. Portu– gal obtém mercado ·certo para os seus vinhos, amparado' na pauta diferencial, o que aliás, havia muito, procurava. A Inglaterra conquista· outro merci do para os seus teci- \ .dos, de ·cuja indústria zela com afan as prosperidades. O desigual está em que o contrato, obrigatório para uma· ,das partes, e perpétuo, para a outra é facultativo e tem– porário, só durando em quanto ela achar bom. Em qual.:·
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