AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

NO SIGNO DE METHUEN 395, da ciência económica clássica, Adão Smith-; outros lesivo em extremo à nação portuguesa, cuja indústria aniquilou. Obra-prima de hipócrita trapaçaria, lhe chama um economista, corifeu da escola histórica (1). Dez anos depois do tratado escrevia-se em Inglaterra que fora um acto de traição, realizado sem o voto do Parlamento, e que o negociador, já morto, merecia lhe tivessem cortado a cabeça em vida (2). Também o assunto constituiu na época lema de partidos, consoante o modo, _por que se julgava: e~ sentfd? favorável os tories~ _qu_e defendiam as prerrogativas regias, e portanto a legmmi– dade d.o tratado; no de desaprovação os whigs, pugnando pelos direitos do Parlament~. ~ais tard~ os nacionalis~s,. inimigos da França, e partidanos do sistema mercantil ,. exaltavam a obra de Methuen, que colocava os vinhos do país rival em permanente inferioridade. Condenavam-no pelo contrário os livre-cambi~tas, inclinados a melhores. relações com os franceses. Amda em 1 8 3o e 1 8 36 as. opiniões se dividiam na Câmara dos Comuns, dizendo-se– lá, por ocasião de se discutirem as relações comerciais com Portugal, que se tornara não só conveniente mas: indispensável dar por findo o tratado de 1 7o 3. E por uma razão óbvia: desde que às outras nações era lícito, importar tecidos em Portugal, em condições iguais às de Inglaterra: cessava toda a vantagem para ela (3). Não era esse amda, entretanto, o parecer de Palmerston, pri– meiro-ministro. Até que, em 1 842, este modelo de arei-- (1) «Meisterstück sheinheilig:;:_Gaunerei». Sombart, Der moderne- Kapitalismus, 2," ~d., t, 2 ,º, p. 973. ~ (2) Mercator s Letters on Portugal and its commerce, Schorer., P· 631. . . '. (3) Husk1sson, Discursos, Schorer, p. 648.

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