AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
380 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO cima oitava parte disso: · 1.741 ·contos em dinheiro, de que 1 . 041 provinham dos bens confiscados aos T ávoras e outros réus de lesa-majestade, assim como aos jesuítas. Havia também, dizia a nota do ministro, de cinco a seis milhões em diamantes (1); ·ao preço reinante uns 200 mil quilates, de ·que seria difícil dispor imediatamente, sem– .envifecer demasiadamente o género (2). Com estes recursos o novo 'Presidente do Erário, Mar– quês de Angeja, iniciou a sua administração. Que admira tivesse de começar logo por economias? Com escândalo geral suspenderam-se as obras -públicas na Lisboa em reconstrução (3). Reduziu-se o estado da Casa Real a con– dições mais modestas. Das cavalariças, parcela mais im– porte dos gastos, venderam-se dois mil cavalos e muares, deixando ainda oitocentos animais para o serviço. Compu– tavam-se em 2 milhões de cruzados anuais as despesas com cavalaria, caçadas e teatro lírico, que agora se supri– miam ( 4 ). Pouco antes da morte, D. José, em documento que o seguinte ministério mandou imprimir e divulgar; (1) «Terceiro compêndio que tive a honra de levar aos pés c.'..a Rainha Minha Senhora, com o fim de aliviar o cuidado, que entendi 1he devia estar causando a consideração de haver ficado inteiramente exausto de meios o seu Real Erário». (Ms. Col. pombalina, cód. 695), (2) Preço do contrato, de 1776 a 1778, 8$900 réis por quilate. Quantidade adquirida pelo contratador nesse período: 131.341 quilate~. Nos três anos seguintes, de 1779 a 1781, as vendas foram somente 97.201 quilates. Cf. Calogeras, p. 305 a 308. (3) Latino Coelho, Hist. política e militar de Porttigal, t. 1. 0 , p. 194. O mesmo autor acrescenta que o ministro «aferrolhava o Erário, para que o dinheiro da rainha não subsidiasse nenhuma empresa de utilidade nacional. Já o povo murmurava, contemplando a diferença e ntre o governo precedente, votado à acção e ao progresso, e o que lhe havia sucedido, para dormitar na indolência e no torpor». ( 4 ) Despacho do ministro de Austria, Lebzeltern, 15 de Fevereiro <le 1777. Cit. em Pombal, sein charakter und seine Politik, por B. Duhr, S. J. (Freiburg im Breisgau, 1891), p. 47.
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