AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
IDADE DE OIRO E DIAMANTES 371 o total da:s receitas às liberalidades em Roma, atingindo estas os 180 ou 200 milhões que lhes são atribuídos? De que modo ocorria aos demais gastos? Teria de valer-se do crédito, e criar uma dívida enorme, o que não acon– teceu. Pelo contrário, parte da existente pôde ser amor– tizada nos últimos anos. Conservemo-nos pois nos domí– nios do verosímil, e reduzamos aos limites das possibili– dades as dissipações do rei magnífico, assim como lhe reduzimos os da opulência aos da realidade. . XI Os primeiros anos do reinado de D. João V foram de apuro financeiro e miséria económica. A guerra da suces– são de Espanha acabou o desbarato, que já vinha do rei– nado antecedente. Deviam-se grandes somas aos fornece– dores do exército, obrigados após longas esperas a aceitar padrões de juros. Em 1758 permanecia em aberto a conta dos provimentos às tropas que em 1706 ·entraram em Espanha; deniora proveniente, ao que parece, de lidgio entre os herdeiros do fornecedor, que somente nesse ano terminou. O modo da liquidação foi por padrões de juros, como se tinha feito durante o governo anterior, com as dívidas de igual origem (1). Por outro lado o atraso dos soldos, durante a guerra e depois dela, não foi incidente raro . (1) Consolidação da dívida de Rs. 174:924$149 aos assentistas. Padrão de 5 de Maio de 1758. Colecção de leis da dívida pública, p. 282.
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