AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

IDADE DE OIRO E DIAMANTES 369 Da relação, como está organizada, constam, despre.. zando as fracções, 51 milhões para a coroa, 79 para par– ticulares, 137 sem designação (1). É provável acharem-se incluídas, na última parcela, so~as pertencentes ao Estado; mas há pouca aparência de exceder muito o total os 55 milhões em que o quinto podi_cr importar. Com razoável aproximação se .pode conhecer· o que renderam à coroa as minas do Brasil durante o reinado. Sabemos, pelas contas -respectivas, o que os quintos pro– duziram em Minas Gerais, e o que deram os contratos dos diamantes. Suprindo com largueza as faltas de informação ,definitiva quanto ao resto, não deviam os recebimentos passar de 6.000 arrobas de oiro, que a 1 $500 réis a oitava faziam 92 milhões e 1 60 mil cruzados. Cerca de 4 1/z milhões•era o que podiam ter ministrado os diaman– tes. Arredondando a soma, por adição de sobras eventuais das receitas na colónia, verba aliás sumamente duvidosa, 1 oo ~ilhões de, cruzados. Acrescentemos 7 milhões do chamado Donativo, para- os gastos dos casamentos do prín– cipe D. José e infanta D. Maria Bárbara e dote desta .última, a que os go ·ernos da colónia se obrigaram, parti– lhando a soma, e criando impostos locais, por espaço de vinte a_nos, a fim de ocorrer a outras tantas prestações, em que se dividiu o pagamento (2). Perfaz tudo 1 07 milhões mas em todo o caso, ainda que avaliemos nuns poucos de milhares de milhões de cruzados o rendimento que D . João V auferiu das minas do Brasil, ainda esse rendimento é excedido pelas loucas despesas». _ (1) Veja-se no Apêndice a relação com as parcelasxeduzidas a uma só unidade. _ (2) Carta régia ao vice-rei Vasco Fernandes César de M eneses, 6 de Abril de 1727. (Doe. da Bahía, n. 0 719). Tocaram ao governo da .Bahía 3 milhões de cruzados; ao de Pernambuco 1 milhão e 250 m il ; :\O do Rio de Janeiro 3 milhões e 750 mil cruzados. 24