AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
·, IDADE DE OIRO E DIAMANTES 357 :.Sebastião José de Carva:lho suspeitava haver tido por ,objecto tal alvitre c.riar o monopólio efectivo em favor dos judeus de Londres e Amesterdão, em cujas mãos se encon– trava o negócio dos diamantes, e aos quais laços de religião e de interesse ligavam Francisco Salvador. Também do Brasil o governador de Minas Gerais e o intendente dos diamantes opinavam se entregasse a exploração em privi– ½égio a um arrendatário. Em consultas, na Europa e no local nativo das gemas, se foi demorando a solução do :assunto até I 739, quando, no mês de Junho, se ajustou 0 primeiro contrato, para entrar em execução no começo ,do ano seguinte. Durante este tempo cessara por assim dizer a mine– ração, reduzida ao que podia fazer-se a ocultas, e com risco de graves penas. Por efeito da proibição tinham sido expulsos da zona demarcada para o diamante todos os ·mineiros, não só os que buscavam a pedra preciosa, senão também os que lavravam oiro, esbulhados do direito às datas, que haviam comprado, e de que nunca receberam indemnização. Todas as pedras em posse de particulares, na ocasião de pararem as lavras, deviam ter sido entregues, dentro de certo prazo, nos cofres da Intendência, de onde .era concedido negociá-las, permanecendo 1 lá até saírem do distrito, acompanhadas de guias de autorização. É evidente que, apesar das transgressões, certamente em grande número, a abundância, que provocava a baixa do preço, não se tornou a manifestar neste período. O regime do monopólio entregue a contratadores manteve-se, com alternativas de épocas prósperas e infe– lizes, de I 740 a: 177 L Pelo ajuste primitivo, o arrema– .tante pagava à coroa a capitação de 2 3o mil réis, em 600 escravos, que lhe era lícito empregar: 1 38 contos
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