AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
• IDADE DE OIRO E DIAMANTES · 355 Após as frustradas tentativas em busca das esme– raldas, encontraram-se os primeiros diamantes em 1729, no Cerro do Frio, em plena zona aurífera. Mais entu– siasmo ainda que o oiro, se é possível, despertou o desco– brimento. De toda a parte, da própria região das minas, -em corrida vertiginosa, se precipitam as ambições A extracção, em quantidades que surpreendem o mercaçlo estreito das pedrarias, desvaloriza o género, passando este de 8$000 réis o quilate, primeiro preço, para 2$000 réis, e não havendo por fim em 1733, quando se esperava a frota do Brasil, quem por qua1quer preço quisesse ser -comprador em Lisboa (1). O governo, que divisara na exploração uma fonte incomparável de riqueza, interviera desde I 7 3 I , mandando cessar a extracção, e despejar dos lugares das lavras todo o pessoal trabalhador (2). Como na colheita do oiro, compunha-se este de escravos, e andava por 2. 500 o n_úmero deles, empregados nos diamantes. O regime a prmcípio adaptado era o do comércio livre. Distribuíam-se os lotes de terra, como para a extracção do oiro; e, a fim de até certo ponto assegurar o quinto, em produto de_ tal valor e tão fácil de subtrair ao fisco, apli– cou-se o sistema da capitação: 5$000 réis por traba– lhador, elevados por aumentos sucessivos até 40$000. Desde .os primeiros dias, sujeita a comarca a um regime de vigilância perseguidor, aboliram-se os direitos mais ele– mentares do indivíduo, normais em qualquer outra parte. Demarcou-se o distrito, alargando-se-lhe os limites sem– pre que alguma nova jazida se descobria. Dentro deles ninguém padia entrar, sem que justificasse motivo acei- (1) Calogeras, t. 1.º, p. 286, citando Southey, H istory of Brasil. (2) Carta régia, 16 de M arço de 1731.
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