AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

354 f POCAS DE PORTUGAL ECONOMICú britânica. Todas as mercadorias para embarque se for– neciam a crédito, para serem pagas no regresso da frota, o que raras vezes se cumpria, tendo de esperar segunda e terceira viagem, o que significava dois e três anos de demora. Pretendiam os Ingleses que o governo impe– disse de subscreverem pa:ra a companhia os negociantes cujos compromissos estivessem por solver (1) . Deve-se porém supor serem movidos aqueles ao protesto não tanto pela ânsia das dívidas , como pelo temor de perde– rem o comércio para a colónia , entregue em privilégio à companhia. Mas o receio foi vão, porque n~o chegou o projecto a efeito. N em aproveita•va à metrópole o oiro extraído, porque a maior quantidade, como no tempo das riquezas da fn– dia:, passava ao estrangeiro, em pagamento das importa– ções. Já no seu tempo notava isso, que dizia calamidade, o autor da Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas: - «Não 'há pessoa prudente que não confesse haver Deus permitido que se descubra das minas tanto oiro, para castigar com ele o Brasil» (2). O jesuÍta, entu– siasta da exploração agrícola , apreciava lucidame'nte a ilusão dos contemporâneos. IX Tão pouco o achado dos diamantes, riqueza mais rara que o oiro, trouxe prosperidade e maior ventura aos mora– dores das M inas . (1) Memorial do Cônsul e Feitoria Britânica, 24 de M aio de 176o. Col. pomb., cód. 93 . ( 2 ) Antonil, cap. 17.º.

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