AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

352 :f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO mantimentos, ferramentas, armas, e aguardar o resultado do trabalho, nem sempre produtivo, vendo-se forçado o proprietário a abandonar a data, e iniciar em outra parte as escavações. A carestia ·de tudo, devida à falta de pro– dução local e distância dos mercados principais e porto~ de mar, ainda a agravavam as pesadas imposições fiscais: o dízimo de todas as transacções, lei do país desde o tempo dos donatários; o imposto· das entradas, 7 50 ou I $ r 2 5 réis por carga de animal, conforme fosse de molhados ou qualquer outra espécie de mercadorias. Desta designação genérica provinha pagar tanto uma carga de tecidos finos e sedas - e delas se introduziam quantidades - como outra, por exemplo, de ferragens; Dando em resultado tornarem-se por fim mais acessíveis ao consumidor os objectos de luxo que os indispensáveis. E assim, um alqueire de sal, que custava no Rio de Janeiro 800 réis, pagava de direitos 750; e um quintal de ferro, do custo de 6$000 réis, 4$500, tanto como, um de fazendas, que poderiam valer o cêntuplo (1) . Todas as mercadorias de procedência da Europa, sobre– carregadas do dízimo à alfândega, no Rio de Janeiro; é: algumas sujeitas a estanco, e por isso de elevado custo, na origem, como o sal e o sabão. Havia ainda o imposto, de passagem deis rios, nos limites, ao entrar no distrito,. que encarecia o transporte, e portanto a mercadoria; as contribuições cobradas pelas câmaras pa·ra os gastos mu– nicipais, e outros menores tributos; finalmente, extraído, o oiro, o quinto, ou a parte da produção a que a derrama correspondia. Advirta-se- que, estabelecida· a tributação fixa de 1 oo arrobas, quanto mais extravies, tanto mais (1) Instrução ao visconde de Barbacena, cit., foi. 191 .

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