AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
350 ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONÔMICO de oiro em atraso; nos arrematantes dos impostos, ou .seus herdeiros, associados e fiadores; nos funcionários em posse dos empregos comprados. Era a população quase inteira a_meaçada nos seus haveres, e grande parte da -qual as execuções fiscais lançariam à indigência. Foi neste ambiente que a chamada conjuração mi– neira brotou, e as ideias de independência da colónia --- frutificaram. Mas, avisado do levante que se preparava, .apressou-se o governador a comunicar às câmaras que, tendo em consideração as necessidades do povo, tomara .sobre si suspender a derrama para a cobrança do oiro em -dívida, e as convidava a nomearem procuradores, ·que 1he trouxessem suas queixas, informações e pareceres, ,que tomaria: em consideração (1). A circular, .aplacando -os temores dos mineiros e as irritações mais vivas, .arruinou o êxito do levante, desde aí condenado a frus– trar-se, como de feito aconteceu. Dera conhecimento .da .conjuração ao governador um dos iniciados, Joaquim Silvério dos R~is, coronel de milícias, português de nas~ cimento, revolucionário dmido, que talvez julgou resgas~ tar pela denúncia uma dívida de vulto à Fazenda ReaL Arrematante das entradas no triénio de 1 782 a 84, achava-se alcançado em 172 contos. Intimado em 3 de Março de 1789 a prestar contas , apresentava-se a I 5 ao governador para lhe delatar a revolta em preparação, (2). Denunciados e presos os principais conspiradores, foi ,executado um:. deles , o mais activo e de menos represen..: ração social, Joaquim José da Silva Xavier, alferes licen- (1) 23 de M arço de 1789. Varnhagen, t. 2.º, p. 1028. (2) Lúcio José dos Santos, «A inconfidência mineira», artigo na Rev. do Instituto histórico e geográfico brasileiro, tomo especial de 1922, v ol. 3.º, p. 672. •
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