AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
346 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO No espaço de dezasseis anos, de 173 5 a· 5 1, o pro– duto da capitação foi de 2 .066 arrobas e 9 marcos, mais: ou menos 1 2 8 arrobas de média anual (1). Calculava-se para aq~ele tempo a produção total em 12 mil arrobas,. saindo assim, com perda a Fazenda Re.íll, a que pelo· quinto pertenceriam 2.400 arrobas. Com a morte de: D. João V, em Agosto de 1750, o novo governo, incli-– nado às reformas, decidiu mudar do sistema, e por– decreto de 3 ·de Dezembro desse ano, restabeleceu O· pagamento do imposto sobre as quantidades produzidas,. acabando a capitação. Para esse efeito se erigiram casas: de fundição nas quatro comarcas em que a capitania: se achava dividida . Cobrança directa do produtor, avença com as câma– ras, capitação, nenhum dos métodos satisfazia as espe– ranças da corte, nem aliviava as queixas da colónia. Dos: três era mais opressivo o último. atingindo a quem só indirectamente, às vezes nem assim mesmo, aproveitava das minas, e recaindo na indústria igualmente nos perío– dos bons e ruins: quando aluviões estéreis se explora– vam; ou na fase dos trabalhos preparatórios, dispendio– sos, demorados, e porventura sem efeito útil, como não, raro acontecia. Da sua banda os mineiros, quaisquer que fossem as circuns~ncias, tinha:m sempre o imposto por• odi~sa extorsão. O direito teórico do Estado a uma parte, e tão considerável, do produto arrancado à terra com. suas fadigas e cabedais, não havia insinua·çÕes que dele os _convencessem. Por todas as maneiras, a tendência universal era para iludir o fisco, e em nenhum tempo (1) Felício dos Santos, p. 90. A instrução para o governador conde· de Barbacena , em 1788, diz que a média do período foram 125 arrobas~
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