AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

IDADE DE OIRO E DIAMANTES 341 Janeiro a dos Quintos, aonde vinha o metal em pó pat'a s er fundido, e se cobrar o imposto, tornando ao portador .as quatro quintas partes, em barras; com o selo nas extre– midades, que lhes afiançava o peso e o toque. A vontade . -dos apresentantes também se lhes comprava a 1$2 oo réis ,o oiro, pagável em moedas, sem dedução do imposto, já incluído no preço. Era voz corrente que da operação, -além dos quintos, resultava grande lucro para a coroa: 6oo mil cruzado·s em dois anos, cunhando-se nesse tempo três milhões de moeda (1). Duzentas e cinquenta mil moedas de 4$800 réis, do peso de três oitavas, im– portando a diferença de 1$2 oo réis, preço da compra, para 1 $600 réis, valor da cunhagem em 300 contos. Abatidos dez por cento, que o oiro em pó diminuía na f undição, e as despesas da casa, baixaria o .lucro efectivo para cerca de 200 contos, 500 mil cruzados (2) . Isto quanto ao cálculo. Vejamos agora os factos. Do relatório enviado à corte pelo juiz da ·casa da Moeda, ·Manuel de Sousa, em 1705, época, mais ou menos, a que a informação acima diz respeito, consta haverem-se <omprado, entre r 5 de Outubro de I?º3 e 29 de Agostd de 1705, 4.062 marcos de oiro em pó, que produziram 3·.655 em barra·, cunhando-se deles 77.760 · moedas, no valor de Rs. 3 7 3: 248$000. Diferença sobre o custo (1) «Três milhões de moedas de oiro» (Antonil, cap. 5.º) . ·Entenda--se três milhões de cruzados em moedas de oiro. Outra inter– •pretação se~a excessiva. . , (2) Feita por outro modo a conta o resultado é idêntico. Para 3 milhões de cruzados tinham de se fundir 833.333 oitavas de oiro em ·pó, que dava~ ~om dez por cento de quebra as 75?·ººº necessária~, e a 1$200 reis importavam em 1.000 contos. A diferença era p01s ,de 200 çontos, quinhentos mil cruzados, de que se abatiam ainda os gastos da cunhagem. ·

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