AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

334 :ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO partilha do donativo, com que tinha de concorrer o Estado do Brasil para o dote da infanta D. Catarina, rainha de Inglaterra , e indemnização à Holanda por ocasião da paz, assentou-se em contribuir o Rio de Janeiro ,com a: soma de 2 6 mil cruzados durante dezasseis anos, ou fossem ao todo 4 1 6 mil cruzados. Logo o governa– dor representou a· impôssi bi!t'dade e m'iséria dos morado– res e o dificultoso da arrecadação. Moeda que pudessem remeter não tinham, resolvendo por isso entregar cada ano 1 3 mil arroba·s de açúcar, que ao preço de 800 réis faziam a soma pedida (1). Três anos depois, houve •necessidade de alongar o prazo para vinte e quatro anos, e reduzir o total da soma para 400 mil cruzados , o que representava grande alívio dos contribuintes (2). Não se conformaram todavia os habitantes da colónia com o que consideravam exigência injusta do soberano, e em 1 680, como se aproximasse o termo dos dezasseis anos , do pri- "mitivo acordo, requereram dispensa dos restantes paga– mentos, ponderando o sacrifício já feito, e o estado mise– rável dos negócios na terra (3). Mas a decisão foi negativa, e continuaram a cobrar-se as anuidades, até que em 1687, achando-se a obrigação preenchida, a câmara do Rio deixou de fazer o costumado lançamento, e os fundos não foram recolhidos. A suspensão não foi do agrado do governo em Lisboa, privado de uma verba de certo modo importante, e que era de uso aplicar por transferência aos gastos da Colónia do Sacramento. No (1) Doe. do Rio de Janeiro, n.º 936. (2) Provisão de 12 de Julho de 1666. Doe. do Rio de Janeiro, n º 1.731. (3) Consulta do Conselho Ultramarino. 28 de Janeiro de 1681 . Doe. do Rio de Janeiro, n.v 1.410.

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