AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
330 bPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO aos Filipes tinham curso legal , quase sempre cerceadas; e perturbando frequentes vezes a circulação, passavam a valer pelo peso, com a oitava a I oo réis. Esta última disposição, aplicada à risca, afectava no Brasil a circula– ção justamente em sentido contrário ao que tinha em vista a lei. Abundante em Portugal e fraco , por efeito dos cer– ceios , o dinheiro em patacas era o que os negociantes da metrópole levavam pa•ra as colónias da América, e o que ali quase exclusivamente corria. Quando em vez dos géneros de produção local regressava ~ Europa, natu– ral era recolherem os portadores as espécies menos cer– ceadas, sucedendo assim consistir o grosso da circulação nas patacas de ·menos valor intrínseco. Vimos como as c~maras tinham arbitràriamente levantado o valor às moedas, e a: metrópole por seu turno assentido nesta : fhrma de inflação. O regime das patacas fora aplicado às demais moedas; e assim as de três vinténs tinham passado a 1 oo réis , as de seis vinténs a 2 oo réis. As pa– tacas elevadas a 640 réis, e cujo conteúdo variava de 4 a 6 ~ oitavas, segundo o número de operações e a intensidade do cerceio, suj eitas à pesagem e ao preço estahelecido, diminuíam de valor quase todas . .Algumas, raras, de 7 oitavas , dariam vantagem, que ainda assim não chegava aos 2 o por cento, decretados para aumento gera:l; o resto, a quase totalidade, oscilava por valores diversos, desde menos de 600 réis. Fácil é cotiteber a impressão de pânico e as iras latentes que a ordem régia suscitaria. Nas terras mais importantes, Bahía , Pernambuco e Rio de Janeiro, os governadores, tendo por importuna a providência, não lhe deram execução. A inflação aceitavam-na de boa
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