AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
li IDADE DE OIRO E DIAMANTES 325 . . eram tais negros, na maior parte, os que transportavam os géneros do Rio para as minas . Faltando a condução ,cessava o comércio, com prejuízo dos que o exercitavam e das rendas públicas, sendo os negociantes de escravos ~s que maior parcela davam aos quintos. Considerando porém as necessidades da lavoura , o governador propunha .de outro modo a partilha : ficar na capitania a quinta parte dos escravos que de futuro viessem; dos restantes ,dispusessem os donos à vontade (1). Por cada um destes escravos, exportados para as mi– nas , se pagava à saída o direito de 3$500 réis até 1721 , .de 4 $500 réis daí por diante. O rendimento do imposto 'faculta-nos meio de conhecermos aproximadamente o número de negros enviados em certos períodos. De 171 5 -a 2 1, em seis anos completos , Rs. 47.02 2$900, ou sejam, -a 3 $500 réis, 2.240 escravos por ano. De 1721 a 27 , em cinco anos e cinco meses, elevada a taxa a 4$500 réis, -a soma total são Rs. 56.578$000, correspondendo a 2. 3 2 1 escravos em doze meses (2). Exportação efectiva ,certamente maior, porque não faltariam as saídas clandes- , tinas. Ao desembarque nos partos, cobravam-se 3$500 -réis por escravo. No Rio de Janeiro foi adjudicado a um ,contratador a cobrança à razão de 50 mil cruzados por :ano, nos três de 172 5 a 2 7, o que representa 5. 7 14 -cabeças de entrada (3). Por este modo, mais de metade -dos negros ficavam no Rio de Janeiro, o que se não deve p resumir. Estamos longe da quinta parte, que preconi- (1) Carta do governador D. Álvaro da Silveira de Albuquerque, u de M aio de 1703. Doe. do Rio de Janeiro, n. 0 2.688. (2) Doe. do Rio de Janeiro, n. 0 5.6u. (3) Doe. do Rio de Janeiro, n.º 5.325.
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