AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

322 BPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO breve a penúria que a posse de oiro em quantidade pouco remediava; o abandono dos lugares pela gente de men-OS constância; fomes e privações de to4a: a espécie para os fortes de ânimo, que ficavam. O ano de 1701 foi neste sentido particularmente angustioso, e só de todo me– lhorou a situação quando, em 171 o , houve comunicação direçta , relativamente fácil , com o litoral, pela estrada que o governo de Lisboa: mandara se abrisse . Na borda marÍtima da colónia, o êxodo, motivado pela atracção das minas, teve consequências deploráveis. Despovoavam-se as terras, não só da gente livre, que corria: à aventura, mas principalmente dos escravos , sem os quais não havia lavoura nem indústria possíveis. A cultura e fab ricação do açúcar, que era a riA_ueza essen– cial do país , cessava em muitos lugares, porque os lavra– dores partiam com seus negros, ou' os vendiam para serem levados às minas, por altos preços, de que não tinham sonhado em tempo algum. Mas, realizada- a operação, impossibilitados estavam de substituir os trabalhadores perdidos, porque se lhes não ofereciam outros. Com os negros emigrava juntamente o pessoal de raça bra:nca, a gente hábil dos engenhos, feitores, mestres, purgadores, carpinteiros das caixas, e outros, de ofícios necessário's.' à indústria, que todos corriam alacres ao chamado da, fortuna. Para as minas iam também os animais de carga, mula•s, bois e cavalos , tão precisos para os engenhos, e disputados a estes, por elevadas somas, para os trans– portes (1). ( 1 ) Parec~ em q1,1e se propõem os meios mais conveniemtes para suspender a ruma dos três principais géneros do comércio do Brasil, açúcar tabaco e sola. Bahía, 12 de Fevereiro de 1738. Doe. da Bahía, n.º 347· \

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