AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
IDADE DE OIRO E DIAMANTES 319 De lá vinha informação de se estarem preparando dez mil homens, com armas de fogo, para irem à desforra. Com certeza exagero de número, como exagerado seria pela voz pública, como é costume, o de paulistas e emboabas nos recontros. E assim veio a chamar-se guerra o que na· realidade não passaria de sedição grave, com os crimes usuais quando se levanta em armas uma plebe . , anarqmca. Na metrópole foi encarado o caso de modo diferente do que usara na colónia o governador. A opinião vence– dom no Conselho Ultramarino, onde se consideraram à chegada informações oficiais e particulares, foi a de se recorrer a meios suasórios, e apaziguar por eles a con– tenda. O governador que sucedia a D. Fernando de Lenca-stre, cujo tempo acabara, transportar-se-ia aonde estavam os rebeldes; porém, - recomendava o Conse– lho - «de tal forma que não vá a castigá-los, senão reduzi-los a· boa concórdia e amizade». Recomendava ao mesmo tempo se fizesse ele acompanha-r de alguns mis– sionários de grande virtude e exemplo, os quais, por seu influxo, poderiam convencer o~ exaltados. Quanto aos paulistas, se valesse dos que entre eles fossem de mais nome e autoridade, para aquieta-rem os desejos de vin– gança, insinuando-lhe prestarem assim grande serviço ao soberano. De outro conselho resúltou a ordem para o governador nomeado, António de Albuquerque Coelho de Carvalho, declarar a amnistia geral, excluídos sàmente os dois cabecilhas, Manuel Nunes Viana e Bento do Amaral Coutinho (1). (1) Consultas de 3 e 8 de Agosto de 1709. Doe. Rio, n. 0 " 3.209 e 3.212.
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