AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
318 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO •os que ficaram, os forasteiros campeavam sozinhos na região. Manuel Nunes Viana arvora-se em governador _geral; organiza milícia; nomeia mestres de campo, sar– gentos-mores e oficiais subalternos; destitui o superinten– .dente das minas, e entrega o cargo a um partidário. .Bento do Amaral Coutinho, elevado a sargento-mor de batalha, general em chefe, ordena· que todos os forasteiros .serviçais ou subordinados de paulistas, lhe venham dar -obediência dentro de três dias, sob pena de serem consi– .derados traidores, e qualquer do povo os poder lkitamente matar. Tal era a lei desta improvisada república, cuja -cabeça, aliás, desde logo apregoou submissão às ordens ,do legÍtimo soberano e seus represe1:_itantes. Do que .somente se tratava, consoante expôs, era de restituir a liberdade à população, oprimida dos paulistas. Ao ter notÍcia• dos acontecimentos, o goverqador do Rio determinou ir em pessoa restabelecer o sossego pú– -blico, castigar os delinquentes, e restituir os vencidos à .situação anterior. A seu parecer, cabia-lhes o direito às minas, por terem sido os descobridores. Só eles eram .aptos para as manter em exploração, e para• novos des– •Cobrimentos, faltando para isso as precisas qualidades aos forasteiros (1). Era porém tarefa dificultosa a que impu– nha a si o governador. Chegando ao território das minas, · • ·reconheceu não ter a força necessária para submeter os levantados; pelas razões não logrou persuadir Manuel Nunes Vi~na à obediência; e, vendo-se impotente para :sustentar o p_resrígio da autoridade, regressou à sede da ,<:apitania, cuidando unicamente de acomodar os ânimos -em S. Paulo. (1) Doe. do Rio de Janeiro, n.º" 3.147 a 3.149, que contêm a narra– .tiva do levante, pelo governador D. Fernando de Lencastre.
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