AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
IDADE DE OIRO E DIAMANTES 317 veio um irmão; de uma e outra parte acudiram amigos .. Foi o sinal de se pronunciarem as facções em recontroSn sucessivos, havendo de ambos os lados assaltos, mortes. e saques. Da importância dos tumultos julgar-se-á pelo. numeroso pessoal atribuído por cada um dos grupos con– tendores ao adversário. Dois mil homens em a·rmas seriam os paulistas; três mil os forasteiros, além de mais seis– centos de socorro, que esperavam da· Bahía. Espalhou-se– que os paulistas tinham feito juramento de passar a ferro– os emboabas, sem escapar um só. Pelo que se sabe do. ?nimo belicoso e cruel da gente de S. Paulo, tantas vezes. manifestado em seus cometimentos no sertão, não custa a crer. Os outros tinham também que defender suas. vidas e fazendas. A colisão final deu-se perto do rio das, Mortes, por onde os paulistas, abandonando a pelejav faziam a retirada. Cercados no mato e já rendidos, tru– cidou-os sem piedade a horda que comandava Bento doi Amaral Coutinho, fluminense, lugar-tenente de Vianél! na sublevação. Assim o rio, mais de uma vez fatal aos, bandeirantes, novamente justificava o nome trágico, dado, na primeira passagem._ Nele ~e tinham afogado nadadores. inexperientes, e perecido a tiros de arcabuz aventureiros •. que na caça aos. índios disputavam sobre a presa (1) – Casos porventura incertos, mas de que andava na tradiçã°' a memória vaga, e por isso mesmo mais terrível. Desta: vez a denominação antiga, e a que tomou o lugar dai matança, capão ou mato da trat"Fão, - as vítimas tinham entregado as armas - , definitivamente recordam o, episódio sangrento. · Mortos ou em fuga muitos dos paulistas, submetidos;; (1) Antonil, cap. 2.º.
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