AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
316 fPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO Bahía, e propõe ao governo de Lisboa mais apertada fisca– 'iização, estabelecendo-se ,na fronteira uma casa dos q.uin– .tos (1). Um sobrinho de Manuel de Borba Gato, que ·por ordem deste pretendia opor-se à passagem dos contra– ;bandistas, em turma numerosa, fora por eles morto em peleja renhida· (2). Dos transgressores habituais, nenhum mais ousado -que o português Manuel Nunes Viana, morador no sertão da Bahía, capitão-mor das milícias, fazendeiro rico, ·senhor de muitos escravos , e, pela: posição e fortuna, , ·t endo às ordens agregados e dependentes em número •considerável. - «Homem que leva após si muita gente, por ser muito rico, facinoroso e intrépido» - , diz uma ,carta particular do Rio de Janeiro, em r 709 (3). Em Outubro de r 708, tendo ele vindo com acompanhamento ,numeroso à região mineira, o colector Manuel de Borba ·Gato creu-se autorizado a intimar-lhe a saída no prazo ,de vinte e quatro horas, fâzendo isso por edital em que o incriminava de, sob o pretexto de vender gados, intro– duzir fazendas contra a lei, e subtrair oiro aos direitos, :acompanhando-se de muitas pessoas, o que també.rp era ilegal. Mas o potentado bahíano desprezou a ordem. Contra a obediência imposta pela força, segurava-o a clien- tela: do séquito, e os forasteiros estranhos .a S.. Paulo: :Em Dezembro ainda ele se conservava na povoação. Entretanto acirrava-se a hostilidade recíproca de emboabas ·e paulistas. Um destes, Valentim Pedroso, pessoa notável :na terra, achou-se em conflito pessoal com Viana; inter-, (1) Carta de 3 de Fevereiro de 17o6. Doe. ·do Rio de Janeiro, \ -n.º 2.899 (2) Ibidem. (3) Doe. do Rio de Janeiro, n. 0 3.213.
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