AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

,. . , 1 ., ,, ~ ~ ~ ... J.. . f . .. . ' ,. f . . ,. ,.. 1\ i" • ~.~, WC t ... .. L f'/! :· . , 1 ., . EPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO maravedis, oiro e prata em barra e moeda, bestas de carga e gados, objectos móveis. Testamento de lavrador rico, que logrou juntar dinheiro de economias . . A grande preocupação de Afonso III, quando se viu seguro no trono, foi restaurar em suas extremas as pro– priedades da coroa, rever os contratos de arrendamento, s~gurar as pensões e aluguéis, o que por meio das Inqui– rições realizou. Lavrador que cuida da sua· casa agrícola, diminuída por longos anos de abandono e usurpações. Dínis, o filho, aplica-se a promover a expforação do solo arável. Mais tarde, quando a história empreendeu dar cognome aos reis, chamaram-lhe, dentro d~ tradição, o Lavrado·r. E, como assim não seria, quando os lucros da terra em cultura eram a parte permanente e mais certa das rendas do soberano? ,' · O Mestre de Avis, instalado na posse da coroa, deli– berou, como o seu antecessor Afonso III, igualmente aclamado por um acto violento, verificar a situação da sua casa agrária, e em 1 395 mandou proceder a inqui– rições. Ainda nessa época, quando 'já o património régio se· achava enormemente desfalcado pelas doações antigas e modernas, quão numerbso era o catálogo! · As inquirições ,na Beira, que conhecemos, dão-nos ideia de como se dividia a p~rção de solo cultivável per– tencente à coroa. Do fundão a Castelo Rodrigo disper– savam-se as courelas, leiras, cartinha-is, talhas, como quer que se designassem as ex~guas unidades, em 9ue se dissolvera o largo prédio primitivo; as casas, mmtas delas pardieiros (paradeiros), m~inhos, qu!n~as, prados,. soutos, vinhas, de que o senhorio era o rei ( ). (1) Tombo da comarca da Beira, em Arq. Hist. Port., 10.º. 209 e seg. .,. ,,

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