AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
IDADE DE OIRO E DIAMANTES 309 III Nesta parte do mundo, em contraste do que no Mo– nomotapa acontecera, as producentes jazidas patenteavam– -se à exploração: trabalhadores não faltavam; e no remo o erário participava largamente das riquezas encontradas. Na opinião comum, as minas seriam inesgotáveis em sua fecundidade.-. «Afirma-se que em quanto o ~undo durnr se não poderão extinguirn - , informava um governador, ao· regressar do Rio de Janeiro (1). Trinta anos depois, o relatório de um ·emissário, que andava em visita oficial à região, exprimia sentimento parecido: _ «A meu entender, há oiro para muitos séculos , e mais depressa hão-de faltar os negros para a extracção dele» (2) - . Com o seu produto enriquecia o Estado, e juntamente seus delegados e os particulares. Do gover– nador Artur de Sá Meneses constava haver trazido grande -cabedal, em duas vezes, que foi às minas. Nada menos ,que 3o arrobas de oiro, na primeira visita, quando os .descobrimentos de Borba Gato lhe foram revelados (8). A produção excedia todas as esperança•s. Extraía-se o oiro dos ribeiros, no leito, desviando-lhes a corrente; ou das margens, es~avando as aluviões , e, quando estas se acha– vam em nível superior, as encosca-s . Abriam-se aí as (1) D . Rodrigo da Costa. Lisboa, 19 de Junho de 1706. Doe. do Ri.o de Janeiro, n.º 2.917. (2) Documento sem data, que acompanha uma carta para o Pro– avedor da coroa Belchior do Rego de Andrade, de Vila Rica, 1 I de · Abril de 1734. Bibl. Nac., Colecção Pombalina, cód. 718. (3) Antonil, 3."' Parte, Cap. 8. 0 • Calogeras, x. 0 , 68.
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