AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

IDADE DE OIRO E DIAMANTES 307 Em razão disso, interromperam-se as diligências por inci– tamento ou com participação da coroa durante algum tempo. , No entremeio várias expedições à custa de parti– culares foram revelando existirem por aquelas partes jazidas auríferas. A extracção, a princípio minguada, ,crescia gradualmente. Cerca de I 698, talvez antes, já se tinha reconhecido a conveniência de abrir estrada directa do Rio de Janeiro para o sÍtio das explorações, achando-se -completa a picada·, através dos matos, em I 700. Por ,ordem da corte, o governador Artur de Sá Meneses foi ,então pessoalmente verificar a importância dos descobri-. .mentas realizados, e dar impulso a novas tentativas. Da jornada· data o segundo ciclo do oiro, na história ,económica de Portugal. No sertão tinham ficado, após a morte de Fernão Pais , alguns companheiros da aventura, entre esses Ma– nuel de Borba Gato, seu genro, a quem se imputa·va a morte de D . Rodrigo Cas telo Branco, e por tal motivo .homiziado. Divagando tantos anos pelas solidões inex– ploradas, escavara encostas , sondara ribeiros, e tivera a fortuna de se lhe deparar, em quantidade considerável, ,o oiro ambicionado. Que melhor recomendação para se lançar ao olvido o crime que lhe atribuíam? Solicitando .-audiência do governador, negociou o indulto, a troco de lhe revelar o sÍtio da sua descoberta. Era o das chamadas :minas do rio das Velhas, que se verificou serem da-s mais .__ ricas da região. Já nesse tempo em todos os sentidos se ·pesquisava, e· em muitas partes um rico achado respondia , .-ao esforço do aventureiro. Em certos pontos o metal, na -extracção, mostrava, cor semelhante à do aço por tem– perar. Chamavam-lhe por isso oiro preto. Daí veio o

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