AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

306 bPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO que o envaidecia de Governador das esmeraldas, por que ficou conhecido, partiu Fernão Pais em Julho de 1674. Sete anos seguidos percorreu em rumos vários o sertão. A espaços lhe era necessário deter-se, fazer plantações e aguarda·r a colheita, para, provido dos mantimentos prin– cipais, milho e mandioca, continuar a jornada. Se · bem que adiantado em anos, septuagenário quase, não o pros– traram as fadigas, mas sucumbiu às febres endémicas do sertão, assim como outros muitos da escolta. Não tinha encontrado a serra de prata; nem as supostas esmeraldas, que mandou para: o reino, eram outra coisa que turma– linas, de valor medíocre. E, todavia, não foi estéril com suas desilusões a jornada. O caminho tinha levado os da aventura ao limiar da· região aurífera, pouco depois transposto por continuadores mais ditosos. As notÍcias que Fernão Pais, por mensageiros, expe– dia do sertão, deram motivo a ordens da corte para ir a encontrá-lo um funcionário especia-lmente entendido em assuntos de mineração, D. Rodrigo de Castelo Branco, fidalgo espanhol, que estivera no Potosi, nomeado admi– nistrador geral das minas, em cujo título fizera já na Bahía exploração sem êxito. Sua missão, disfarçada em assistência ao cabo paulista, consistia realmente em assumir ele próprio a direcção das pesquisas, de sorte que se não sobrepusesse a iniciativa particular à acçãç_> da coroa, ciosa dos futuros tesouros. Quando o emissário régio chegou, com forte acompanhamento, ao camp? ~e Fernão Pais, tinha este falecido. Seguiram-se dissidências, de ~ativo obscuro, com alguns dos da companhia explo– radora . É provável que produzidas da emulação, desper– tada pelo intruso. O efeito · foi morrer assassinado D. Rodrigo, às mãos ou por ordem de um paulista. .,

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