AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

300 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO -das minas, para que Salvador Correia nomeou, um depois do outro, dois filhos, Martim e Gonçalo Correia de Sá. ·O posto devia• ter ma.is de honorífico e rendoso, que de -administração efectiva, porque não consta haverem-se ,reafr-.zados descobrimentos, em que a diligência dos ser– v encuários se manifestasse. Frei Vicente do Salvador, que escreveu por este tempo, antes de 1617, ano em que acabou a História da Brasil, indigna-se da negligência dos portugueses com respeito a pesquisas de mineração. - «Pois, sendo contÍgua esta terra com a do Peru, que :a· não divide mais que uma linha imaginária invisível, ·tendo os castelhanos descobertas tantas e tão ricas minas, ,cá nem uma passada dão por isso». O que máis importava :aos paulistas era a caça aos índios, que vendiam, e sàmente -esse propósito os levava a percorrerem o interior (1). A Restauração encontrou no mesmo estado o pro– blema, e o sertão renitente em guardar o seu segredo. De certo, nas suas expedições predatórias, os arrojados ·paulistas, aqui e além, topavam com uma, beta solitária, .colhiam de algum córrego as areias de oiro. De 1 589 :a -1 597 diferentes exploradores fizeram declarações de jazidas encontradas (2). Também, ao que parece, traziam os índios algumas porções para negócio. António Knivet, •embarcadiço holandês, que andou na esquadra de Cavendish, conta ter o ~orsário obtido por este meio certa ,quantidade, quando esteve em Santos e saqueou a povoa– ção (3). Parte desta mesma procedência, parte de achados próprios, seria o ·de que fazem menção os testamentos ( 1 ) Hist. do Brasil, Liv. 1. 0 , Cap. 5.º. (2) Calogeras, t. 1.º, p. 29. (3) Id., p. 27.

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