AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

298 ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO se não procedia à verificação. Somente em 1651 se efec– tuaram pesquisas de modo sério, indo mineiros do reino, treinados no ofício, na expedição conhecida por / ornada do oiro, ao rio Pacajá, afluente na região do delta. T enta– tiva estéril, que soçobr~m em fome, doenças e mortes, e cuja memória sossegou por algum tempo as imaginações. Sem embargo disso, ainda em 1 7 38 um entusiasta pro– clamava, em certa representação a D. João V sobre negó– cios loca-is, a existência de pérolas e aljôfares, de minas de oiro e prata, nas terras do Grão-Pará (1). E mais ou menos desta época deve ser o escrito In fo rmações do Brasil e suas necessida,des, sem data, que acerca do Grão-Pará diz : «Todo o seu sertão é oiro e prata•». Acrescentando todavia a observação melancólica de nada se haver descoberto ainda (2) . Em 1670 oferecera-se um padre capucho, comissário do seu convento no Maranhão, a ir em cata do lago Dourado, se lhe dessem quinze canoas e trezentos homens para a empresa. Desconfiaram no Conselho Ul– tramarino que o fim verdadeiro não seria o descobrimento, mas a caça ao oiro vivo, representado em índios reduzidos à escravidão. A proposta não foi aceita, mas deu-se incum– bência ao governador, Pedro César de Meneses, de ir ele próp~io, levando. consigo o padre (3). Recusou este, ou patenteou-se o embuste, porque nenhum vestígio existe de ser a ordem cumprida. (1) Representação acerca da liberdade e cativeiro dos índios cio Pará e Maranhão. M s. da Bibl. N ac., secção ultr. , impresso em C orografia ~ist6rica, cronográfica, . .. d o império d o Brasil, por A . J. de , , M elo Morais, t. 4. 0 • (2) Publicado na Rev. do Instituto Histórico e Geográfico Brasi- leiro, t. 41.º, Parte 1.ª, p. 465. \ (3) Con~_ulta de 30 de M aio de 1670. Bibl. N ac., secção ultr., Livro de consultas mistas desse ano, foi, 367, v.

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