AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

IDADE DE OIRO E DIAMANTES 295 ras impressões, preferiram a bondade da terra às incertezas de África. Passados anos, aquela tentação do oiro, pela qual se alistara na tropa de Barreto, despertou nele com ímpeto segunda vez. Patrocinado pelo governador D. Francisco de Sousa, partiu à testa de numeroso troço, de índios e portugueses, em busca das cabeceiras do rio de S. Francisco, e da lagoa Dourada, região de magia na vizinhança. Vírima das misérias da jornada, pereceu em caminho. Não longe do sítio tinha falecido anos antes um · seu irmão, que lhe inspirou a ideia da empresa (1). A obsessão não se evadiam os mesmos missionários, e as cartas de Nóbrega e Anchieta revelam o seu interesse pelos descobrimentos tentados. O achado do metal pre– cioso, em r 560, no sertão de S. Paulo, de que deu conta em termos entusiastas o famoso Braz Cubas, confirmou as esperanças que, afinal, só vieram a realizar-se de modo definitivo um século depois. - «Oiro tão bom como o da Mina, e dos mesmos quilates» -, dizia o sertanista em júbilo. Outra informação tentadora: - «E também nas minhas terras achei umas pedras verdes, que parecem .esmeraldas muito formosas» (2). Estava dado o sinal pata as buscas da serra das Esmeraldas, no sertão paulista. D. Francisco de Sousa, sob cuja autoridade, como o-overnador geral, se tinha organizado a expedição de Gabriel Soares, tendo voltado ao reino, partiu outra vez em r 608, nomeado governador das capitanias do Sul: Espírito Santo, Rio de Janeiro e S. Vicente, constituídas em distrito autónomo para fim especial. Era esse o de se descobrirem e explorarem as jazidas de metais preciosos, (1) Frei· Vicente do Salvador, Liv. 4.º, Cap. 24.º. (2) 25 de Abril de 1562. Hist. da colanização cit., 3.º, 261.

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