AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
IDADE DE OIRO E DIAMANTES 293 ao sul e no centro da conquista, o que buscavam sempré os exploradores, não era o que brotava da terra à super– fície, em produção espantânea ou do trabalho h~mano, mas os tesouros nela entranhados, os metais preciosos e a ;rutilante pedraria. A esperança _de que na demarcação portuguesa ha– viam de aparecer as riquezas de oiro e prata, que encon– 'traram na sua os espanhóis, nenhum desengano a dissi– ·pou, até finalmente, e após quase dois séculos de vãs pesquisas, se transferir em realidade. Com os primeiros navegadores, nas explorações costeiras, ia essa esperança; •nas cartas de doàção, reservanqo os direitos da coroa, ela -se exprime; e as ordens terminantes da corte, as diligên– •cias individuais na colónia, na série dos tempos a con– firmam. Na geografia designações simbólicas mantinham :a crença; um rio da Prata ao sul; ao norte, o lago Dou– -rado, origem do Amazonas; entre esses extremos, em .superfície enorme, a terra da Promissão. Na primeira ocupação definitiva, em 1531, Martim· Afonso de Sousa, cumprindo suas instruções, marida à procura de oiro u~a expedição. que os selvagens aniqui– fam. Fundadas as capitanias, os donatários continuaram a ireceber da corte instigações para as buscas. Duarte Coe- 1ho comunica de Pernambuco, em 1 542, suas esperan– •ças: - «Quanto, senhor, às coisas do oiro, não deixo de inquirir e procurar sobre o negócio, e cada dia se esquen– tam mais as novas» (1). Vasco Fernandes Coutinho, que descura a matéria, encontra na ruína, segundo a tradição, -0 c;istigo do seu desleixo. Se tem feito as diligências, (1) Carta ao rei, 27 de Abril de 1542. Hist. da colonização por– tuguesa do Brasil, t. 3.º, p. 313.
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