AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O IMPI:RIO DO AÇQCAR 285 Em 1 de Janeiro de I 699 entr~u em vigor a reforma. O Estado tomou conta do fabrico: Em cada comarca as câmaras indica~m as pessoas idóneas, para a junta admi– nistrativa lhes incumbir as vendas. O êxito não devia ser famoso, parquanto não tardou se voltasse ao sistema do arrendamento, em que do mesmo modo nem sempre as esperanças dos que tomavam o contrato se verificaram. Em 1707 e I 708 foi arrematante o castelhano João António de la Concha•, que, com pasmo geral, se obri– gou a pagar 2.200.000 cruzados por ano (1). Não cabia soma tal nas possibilidades do negócio, e é provável que, se não ficou arruinado o contratante, os pagamentos ao Estado falharam. Para os anos seguintes, escarmentada a especulação, tinham de baixar as ofertas. Já sabemos que em 17 16 a renda por esta verba era de 1 .400.000 cru– zados, menos 200 mil que a quantia votada em Cortes em 1698. O fracasso de alguns contratadores não impedia que outros se apresentassem, e fosse em progressão a quantia por que arrendava o monopólio. No triénio de I 728-30, deu-se a arrematação por r. 700.000 cruzados anuais. Por · morte de D. João V, em 1750, estava em 2.020.000 cruzados, subindo para 2. r 00.000 no período de. 1753-55, e para 2.210.000 cruzados no triénio se– guinte. Nesta soma permaneceu até I 78 I, caducando então o último contrato do tempo do governo pombalino. O motivo da imobilidade, quando, pelo aumento do con– sumo, era lícito esperar melhoria para o fisco, atribuí– ram-na os adversários do Marquês de Pombal a improbi– dade deste, mancomunado com os contratadores. Uma (1) Cf. Bluteau, Vocabulário, v. Tabaco.
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