AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
A MONARQUIA AGRA.RIA países, sim os estrangeiros que levavam lá os seus. A entrada, porém, dependia de licença régia. No ano– de 1 2 2 6, mais de um cento de tais autorizações foram concedidas a n"egociantes portugueses (1). Que se trans– portassem em navios estranhos, não é muito de crer. Tudo isto mostra o desenvolvimento a que nesta banda da Península, tinha chegado o comércio marítimo. Que parte tinha o Estado nos progressos da marinhar Desde o tempo' de D. Teresa, mãe de Afonso Henriqu~~ quando regente, barcos que lhe pertenciam guerreavam no Minho. Em II 2 5, tendo-se apossado de Tui, deu ela ao bispo o privilégio da navegação (2). Ficamos a saber que haveria no porto tráfego de certa importância, e é crível portanto que também em outros pontos da costa· pràpriamente portugalense. Do tempo _de Afonso Henrique não é fácil averiguar até que ponto a tradição· das galés de D·. Fuas Roupinho tem veracidade; mas que nas empresas do monarca alguma parte teria o armamento naval, não se pode contestar. Nas do segundo 'rei, para Herculano é evidente haverem tomado parte embarcações. · d~ coroa na conquista de Silves. Até aqui conjecturas, z:nais ou menos fundadas; certÍssima é porém a existênciá de ma:rinha real no reinado de Sancho II. Poss1velmente que de carácter provisório, organizando-se as frotas, no momento próprio, por necessidades .de guerra, ou para a. polícia da costa, contra a pirataria dos mouros. Nessa ocasião eram obrigados os judeus de Lisboa a fornecer para cada galé um calabre novo, às vezes também a âncora. E, tendo-se perdido o costume, D. Dinis cuidou (1) lbid. ( 2 ) «Nul-lus pabeat navern conductitiam in ~ortu de Tuda exceptis vobis». Espaiía Sagrada, cit. de Alberto Sampaio, ·1.º, 3o1. •
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