AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
276 bPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO cento da quantidade tocava aos fumadores. Mostrando a conta, o calculad; r pt;opunha substituir por um imposto único, sobre o tabaco, as imposições no vinho e na carne,, de que se diziam os povos agravados (1). Alguns anos depois, em 171 I , um pretendente ao monopólio avaliava em muito menos o consumo: 3o mil arrobas por ano; de que a quinta parte se gastava em rolo, e as quatro ou~ras. em pó, ficando com as quebras, originárias do transporte e do fabrico, em 624 mil libras (2). Se o primeiro cálculo. peca por optimismo, o segundo padece do defeito contrá– rio, pelo intuito, fácil de discernir, que é lícito imputar ao autor, pretendente a9 monopólio por concessão régia_ E não será demasia bonificar a conta em 2 5 por cento, subindo assim a perto de 800 mil libras o consumo, seja 1 libra por consumidor. Cada ano entravam na alBndega de Lisboa 3o mit rolos, com o peso de 240 mil arrobas. Gastar-se-iam umas. 40 mil; ficavãm as 200 mil para a exportação. De valor relativamente módico, pois não importava o total em um milhão de cruzados ( 3 ). Mas o valor comercial, mode– rado, ia multiplicar-se para o fisco em quantias enormes_ . ' (1) Pr9posta de Filipe Rodrigues Pereira, mercador na Rua Nova. Ms. da Bibt. Nac., no códice 1 .595. (2) Proposta. de 29 de Setembro de 1711. Cópia sem assinatura, no cód. 49·5 da Bibl. N ac. . (3) Ficava posto em Lisboa o rolo de 8 arrobas por 12$ 124 rs., sendo tabaco comum da Bahía, e por 16$620 rs. o superior, de Pernam– buco e Alagoas, que não excedia o décimo da produ~ão. Cf. Antonil> 2.ª Parte, Cap. 10.º.
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