AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

• O IMPfRIO DO AÇ_úCAR 273 Afinal, de toda a nomenclatura vingou a palavra, trazida das índias de Castela, pela qual entre os selvagens se designava o aparelho de fumar; e tabaco se ficou deno– minando o género de consumo universal. No Brasil se nomeia também por fumo, abreviação de erva de fumo, como nos primeiros tempos se dizia; e os termos pito, cigarro, pitar, fumar, e pitada ficaram a recordar o nome indígena, petum ou petym. ~ de presumir que ,os portugueses, conhecendo o tabaco pelos selvagens, deles aprendessem os modos de beber o fumo , e que por uma espécie de charuto prin– cipiassem os fumadores em Portugal (1) : Não mereceu igual aceitação o hábito de mascar a folha , que tinham algumas nações de índios, como os petiguaras, nome que significa mascadores de fumo. O cachimbo, adoptado por ingleses e holandeses, parece ter vindo mais tarde. Em todo o caso, nenhuma forma de gozo, dos essenciais à· planta, deixou de ser mais ou menos procurada. No fim do século XVII, era uso cachimbar e mascar o tabaco, principalmente tomá-lo pulverizado pelo nariz. Sorvia-se de um tubo, ou formava-se entre o polegar e o índice a pitada. Aspirava-se também por meio de torcidas, que se embebiam no pó aromático, e conservavam dentro das narinas, sendo remédio muito recomendado para deflu– xos. «Homens há - diz um escritor da época ( 2 ) - que ' (1) «Bebem o fumo ajuntando muitas folhas torcidas umas com as outras, e metidas em um canudo de folha de palma; e põem-lhe fogo por uma banda, e como faz brasa metem este canudo pela outra banda na boca, e sorvém-lhe o fumo para dentro, até que lhe sai pelas ventas · fora>. Gabriel Soares, «Norícia do Brasil», em Colecção de No tícias Ultramarinas, 3.º, 176. (2) Antonil, loc. cit. 18

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