AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O IMP.i:RIO DO AÇúCAR Sucedera porém que desde muito a actividade da colónia e a atenção dos governantes se tinham desviado. para outro rumo. O açúcar deixara de ser a riqueza por excelência da terra, e a fonte principal de rendas para o Estado. Assim como a pimenta perdera a primazia em seu tempo, assim o açúcar veio a perdê-la também. Eram quase decorridos cem ,anos desde que o segundo ciclo do. oiro se anunciara, e este realizara totalmente as promessas. de origem. Com proveito da colónia e em geral da nação? De modo nenhum, como se descobriu, quando a febre que invadira os ânimos declinou, declinando também a pro– dução. «Época fatal para a nossa agricultura!» exclama um economista, aludindo ·ao descobrimento das minas _ E em comentário: «Portugal perdeu a superioridade da. sua agricultura e do seu comércio pela cegueira com que correu atrás de uma representação e de uma sombra de riqueza)) (1). VII Desde os primeiros tempos de naturalizado o açúcar no Brasil, ao lado dele surgira uma nova cultura, que no, correr dos anos o supera em valor nas receitas do Estado, não lhe ficando abaixo na progressão do fabrico e con– sumo. Produto novo, o tabaco, deleite do selvagem, passa a caracterizar uma época da moderna civilização. Debalde- (1) Azeredo Coutinho, Memória sobre o preço do aç{1car, en.11. Memórias Económicas da Academia das C iências, t. 3.º.

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