AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
268 BPOCAS DE PORTUGAL ECONóMICO governo português proibiu a impressão do livro, no receio -de por ele se propagarem no estrangeiro informações noci– vas ao Estado. São muito para ver as páginas em que o -autor, no capÍtulo final, revela o seu carinho pela planta em arroubos de poe~ia (1). Digna· de um poema épico a ·julgou outro jesuíta, padre Prudêncio do Ama:ral, inspi– rado da musa em carmes latinos (2). Semelhantes escritos, de forma ditirâmbica, não correspondem geralmente a períodos de decadência:. b só mais ao diante no século que podemos consi– ·derar a indústria do Brasil afectada pela produção mun– dial. Os preços baixaram, como era inevitável, e a produ– -ção diminuiu. De 14. 500 caixas, que fabricava a Bahía no tempo de Antonil , a quantidade baixou para a média de 6.629 caixas, no período de 1749-66. f provável acontecer semelhantemente nas outras capitanias, de que não temos notÍcia. O tra:balho e os capitais, atraídos para -exploração mais rendosa, faltavam para o açúcar. O que porém colocava em situação de inferioridade o género do Brasil eram as exigências do fisco, e o não terem sabido -os fabricantes _diminuir os gastos da produção, a exemplo <los compétidores estrangeiros. Em 1 789 valia o açúcar da melhor qualidade 1$650 rs :, e custava, posto em Lisboa, 2$500 rs. por arroba (3). Deste modo como não havia de minguar a exportação? (1) L_iv. 3.º, Cap. 12.º, intitulado: Do que padece o açúcar desde •o seu nascunento na cana até sair do Brasil. (2) D escriptio epica m olis saccharis, Ms. da Bibl. N ac., cód. 3.786: _' Provàvelmente a mesma obra de que dá notícia a Biblioteca Lusitana, com o título D e opificis sachttris. O autor, natural do Rio de Janeiro, viveu de 1675 a 1715. (3) Di scrição económica da cidade e comarca da Bahía, em Anais .da Bibl. N ac. do Rio de Janeiro, t. 27.º.
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