AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O IMP:fRIO DO ACúCAR , 267 duto se modificassem para melhor, parece fora de dúvida. Mas é provável que, mais tarde ou mais cedo, outro tanto viria a suceder, sem a intervenção dos proscritos de Per– nambuco. Nenhum monopólio de comércio ou indústria I e eterno. Sem embargo da competê.ncia ; pôde a lavoura do açúcar manter-se no Brasil em rel 1 ativa prosperidade. Com seus períodos de depressão, c_omo todo o negócio, deriva– dos de circunst~ncias ocasionais, às vezes de pura origem local. À baixa do preço, por aumento da produção mun– dial, correspondia o maior ~onsumo, estimulado ainda por usos novos, quais os do chocolate e do café, que no sélulo XVII se propagaram, contribuindo para se equili– brarem, relativamente ao açúcar, as condições dos mer- cados. , Na primeira década do século XVIII, cinquenta· anos apás a expulsão dos holandeses, nenhum indício havia de declínio. Pelo contrário, a indústria atingira o seu maior desenvolvi1ne11.to. Nunca houvera n o Brasil tantos enge– nhos, nem a tanto se elevara a produção (1). Neste tempo a cana sacarina continuava a ser consi- derada a primacial riqueza da colónia. Prezavam-na , como quem dela tirava recursos notáveis , os jesuítas, que em prosa e vers? a celebraram. Sob o pseudónimo de André João Antorul, o padre João António Andreoni, que foi reitor do colégio da Bahia, consagra-lhe a primeira ·e mais extensa parte da obra, em que descreve as riquezas do Brasil. Descrição tão completa que, já com as lic~nças do Santo Ofício, do Arcebisp·ado e da Mesa do Paço, o (1) O çnit11do da C11.ltt1-ra e OfJulência do Brasil, q1.Je descreve na .1." parte a indústria do açúcar em plena expansão, é de 1710.

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