AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

266 :f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO todo o negócio do açúcar andava em mãos de judeus. Se um lugar de corretor vagava, para eles era. O comércio de retalho pertencia-lhes, e os mercadores cristãos acha– vam-se reduzidos à coo.dição de espectadores do negócio israelita . - «E para isto - diziam com lástima - para que voltem às suas terras carregados de riquezas os judeus antes mendigos , arriscamos nossas vidas!» (1) Eles eram também os principais negociantes de escravos, e nenhum tráfico havia na colónia mais rendoso. Quando pela rebelião, em 1 645, os engenhos portu– gueses foram abandonados ou confiscados, passaram na maior parte à posse de judeus, adquiridos em almoeda, a preços ínfimos e a prazos. Com toda a justiça foram pois esbulhados, em seguida à restauração. As caravanas mise– ráveis regressaram à Holanda. Outros, os que possuíam cabedal transportável, dinheiro e valores, ou dispunham de crédito entre os correligionários, disseminaram-se por várias regiões da América, onde tentaram novamente a indústria,. Ao número pertenceriam antigos donos de engenho, que no do.fUÍnio holandês se tinham declarado a favor dele e pelo judaísmo. No decorrer do século foi-se alargan~o a área da pro- · dução nas ilhas da América. Em S. Cristóvão, Guadalupe, Martinica, tinham os franceses iniciado a indústria do açúcar desde a primeira posse. Da mesmo modo os ingle– ses em Barbados. Daqui passou mais tarde à Jamaica, e, ensaiada em Caiena com pouco êxito, introduziram-na os emigrantes do Brasil na Guiana holandesa. Que, aonde este's chegavam, sistema de cultura e a qualidade do pro- (1) H. Viitjen, Das hollandische Kolonialreich in Brasilíen, p. 230 e seg.

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