AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

262 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO contos. No tempo do domínio holandês, Gaspar Dias Ferr~ira, oferecendo a D. João IV o alvitre de se resgatar– º território a dinheiro, à custa do Brasil e Angola, indi– cava as contribuições, entre as quais a do açúcar, pressu– pondo a existência de 300 engenhos, e 40 mil caixas de produção anual (1). Com exagero, como sempre a~on-– tece em cálculos com objecto político. Na primeira década do século XVIII, conjecturas bem fundadas avaliam a produção' total em pouco mais de 37 mil caixas; a 35- arrobas 1.2.95.000; valor global 2.535 contos de réis. Mais de seis vezes o conto de oiro, do tempo de Frei Nicolau de Oliveira. Havia então 246 engenhos em Per– nambuco, 146 na Bahfa., 136 no Rio de Janeiro (2). Ita-– maracá, Paraíba e Rio Grande do Norte, entram na conta de Pernambuco, assim como ~- Vicente na do Rio de Janeiro, porque por este porto, e pelo de Olinda para as; capitanias do Norte, respectivamente, se fazia a expor– tação. E, contudo, nesta époq já uma concorrência vitoriosa. se fazia, em outras partes da América, ao produto brasi– leiro. Mostra isto a larga expansão do consumo, à medida. que decaindo o preço, o objecto de luxo se tornara acessí-– vel às bolsas modestas. Assim, por exemplo, na- Ingla-– terra, em cinquenta anos, de 1643 para 1692, o custo, do género diminuíra metade (3). A 'cultura da cana, que já em 1 587 existia em S. Domingos, fora pelos franceses. derramada- nas Antilhas. Os ingleses levaram-na a Bar- (1) Carta ao rei de Portugal, 20 de Julho de 1645. Rev . do lnst_ Arq. Pernamb., cit., p. 97. '· (2) Antonil, Liv. 3.º, Cap. 10.º e 11 .º. Os números exactos são- 37.020 caixas, com o valor de Rs. 2.535:142$800. (8) Lbs. 5.19.71/z, média no decénio de 1643-52; Lbs. 2.16.3, no, de 1683-92. Lippmann, p. 419.

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