AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

260 f POCAS DE PORTUGAL ECONóMICO . Das de donatários a mais importante era a de Pernam– buco, de que, ao .findar...o século XVI , se orçava a renda em dez mil cruzados por ano, que usufruia o proprietário Jorge de Albuquerque (1). Cinco vezes a retribuição do governador geral do Estado, que eram 800$000 rs. Ao porto do Recife cada ano vinham a carregar açúcar– de I 3o a I 40 embarcações , de porte correspondente a 40 naus da fndia, digamos 20 mil toneladas. Em I 552 , quando a indústria sàmente começava no Brasil, avaliava– -se o açúcar de todas as procedências vindo a Lisboa em 70 mil cruzados; e sessenta anos depois em um conto de oiro; um milhão (2). Não importavam em tanto os 20 mil quintais de pimenta , que se supunha trazerem cada ano as naus da fndia (3), quantidade aliás raras vezes preen– chida. Por isso o brasileiro, entusiasta da sua terra, que compôs os Diálogos das Grandezas do Brasil, dá a esta a. proeminência, em riqueza e utilidades para a coroa, sobre o afamado império do Oriente ( 4 ). Na realidade a India era uma empresa falida; sem, vantagens económicas para a nação em geral, e onerosa. por fim para o Estado. Pobre de indústrias, Portugal pouco mais exportava para lá que funcionários e soldados .. A tentativa· de nacionalizar porções de território pela colo– nização, como Albuquerque ensaiou, não podia ter segui- (1) Gabriel Soares, «Norícia do Brasib, em Col. No t. Ultram..• t . 3.º, p. 24. Equival&ncia dos 10.000 cruzados: cerca de Esc. 948.000$00, actualmente. (2) «M ajestade;· e Grandezas de Lisboa», em A rq. H ist. Port.~ t. ix.º, P· i 9. (3 ) A 30 cruzados, 600.000 (Livro de toda a Fazenda). ( 4 ) «O Brasil é mais rico e dá mais proveito à fazenda de S. M _ que toda a índia». (Rev. do l nst. Arqueai. Pernamb., n.º 32, p. 6) – E veja-se o que diz sobre a receita e despesa das naus, p. 4 e 5.

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