AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.

O IMPI:RIO DO AÇúCAR 257 jesuÍtas da Bahía, 2.500 ao d~ Rio de Janeiro , 1 .ooo ao de Pernambuco, que recebia por eles 900 arrobas de açúca:r (1). Nenhuma verba mais produtiva que esta dos mis– sion~rios. Como sempre, a catequese era o prelúdio da submissão da raça inferior. Após o homem do Evange– lho, com ele muitas vezes , aparecia o soldado, e em seguida o colono traficante. O episódio da conversão tinha por desfecho a fazenda agrícola , o engenho, a servidãQ doméstica. Mais tarde foram os missionários a barreira que impediu a completa destruição do indígena; assim como eles também os que sempre advogaram a substitui– ção pelo negro de África. E deste modo contribuíam para 0 aumento das receitas da coroa, em S. Tomé, Cabo Verde e Angola , lugares cuja maior renda era o imposto sobre escravos embarcados , 4 mil~or cabeça, entre– gue a cobrança , na forma usua,l, a contratadores. •Nas ilhas africanas surgira esta indústria nova. Cabo Verde e S. Tomé , estâncias desertas na época•do descobri– m~nto, haviam-se tornado viveiros de gado humano, des- . tinado ao embarque. Depósito do que se trazia da costa vizinha, e também sítios de procriação em desenvolvi– mento. Entre os dois lados do At1ª.ntico não parava o tráfego, pejadas as embarcações da carga viva, que iam la,nçar nas duas Américas, espanhola e portuguesa. O pri– vilégio de abastecer as índias de Castela valia 1 5o mil cruza~os cada ano, soma porque um sindicato de Lisboa, no tempo de Filipe II, o tinha arrematado. . No Brasil desde os primeiros tempos se 'tentara , ' como vimos, e se fazia a importação do braço negro, (1) Bibl. N ac., cód. 637.

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