AZEVEDO, J. Lúcio de. Épocas de Portugal económico: esboços de história. 2. ed. Lisboa, Portugal: Livraria Clássica, 1947. 478 p.
O IMP.tRIO DO AÇúCAR 253- . embarcar, e vendia-se em Lisboa a 4 mil réis, às vezes mais (1) . Suposto o custo ao preço médio de 8 5o réis. o quintal, a venda a 4$000 rs. , o total embarcado dez mil quintais , quantidade do contrato ;. dando para trans– porte e mais gastos de,z por cento sobre o custo primitivo, e pagos os 2 I contos à Fazenda, firnvam líquidos. 9:650$000 rs., mais de 30 por cento do capital inves– tido na operação. À primeira vista negócio razoàvelmente remunerador: Na realidade especulação arriscada·, porque além do empate do capital, e demora possível das ven– das, havia os riscos do mar, naufrágio e pirataria, e podia. dar-se a falta dos suprimentos, muito embora fosse lícito, compensar a diminuição de uns anos por aumento em. outros, até ao último do contrato. Em 1606 devia o a-rrendatário à coroa 61: 776$000, rs., 0 que significa atraso de quase três prestações, na. anuidade. A Fazenda mandou proceder contra ele, e: vendeu 5.000 quintais, que havia depositados em fiança. do contrato, e mais 9. r 09 que tinham vindo e foram. apreendidos (2). Passando a novo arrendatário, elevou-se: a 24:000$000 rs. a anuidade, parece porém que sem lucro para ele, e com prejuízo da Fazenda, porque decor– ridos alguns anos é por conta desta que se negocia o; produto. Assim foi até 1617, ano em que se tornou ao sistema antigo do arrendamento, por não _dar vantagem este género de comércio ao Estado. A razão invocada era. a falta de cabedal para o giro, como com a pimenta. sucedia. As rendas locais consumiam-se todas nas despe- (1) «Diálogo terceiro das grandezas do Brasil», Rev. do l ns. A rqueológico e Geográfico Pernambucano, n . 0 32, p. 22 a 24. (2) Livro de toda a Fazenda, p. 30.
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